quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um país chamado PARÁ (Parte 2)


Um país chamado Pará (Parte 2)
QUEM QUER A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ ?
O Estado do Pará, sempre foi berço de imigração de pessoas de outros estados, se destacando o grande número de nordestinos que para cá vieram na primeira metade do século 20, atraídos pelas riquezas extraídas da floresta através do látex das seringueiras no que ficou conhecido como segundo ciclo da borracha, fato que causou enormes transformações culturais e sociais na região.
Na década de 60/70, o governo federal com o objetivo de povoar Amazônia incentivou a vinda de milhares de pessoas de outras regiões do Brasil, principalmente do sul/sudeste, com a garantia de incentivos e lotes de terras na parte do território ainda quase intocada do Pará. O grande “boom” da imigração se dá na década de 80, quando é descoberto ouro em Serra Pelada, trazendo milhares e milhares de pessoas de todo o Brasil. Mas com o declínio do ouro, a grande maioria não volta para seus estados de origem, ficando por aqui mesmo.
Há uma grande diferença entre a imigração do período da borracha e dos que para cá vierem em busca de terras e ouro, os nordestinos rapidamente se integraram e absolveram nossos hábitos e costumes, muitos ficaram e constituíram famílias na grande Belém, enquanto outros povoaram o nordeste do Pará, onde se destacam as cidades de Castanhal, Marapanim, Bragança, Curuçá. Embora hoje, não se diferenciem em nada de um típico paraense papa-chibé de Belém ou de Abaetetuba.
A leva dos imigrantes do sul e sudeste, concentrados no sudeste do Pará, diferentemente dos nordestinos, não absolveram nada de nossos hábitos e costumes, não falam nossas típicas expressões como “égua”, não torcem por nossos clubes como Remo ou Paysandu, não comem farinha de mandioca, maniçoba, açaí ou tacacá. Ao contrário, muitas vezes desvalorizam nossa culinária. A maioria dos moradores do sudeste do Pará nunca veio nem a Belém, fatos que fazem serem acusados de serem preconceitos e não gostarem de nortistas ou dos “verdadeiros” paraenses que vivem na parte de cima do mapa.

Verdade ou não, são esses imigrantes que hoje, pretendem construir um estado alheio ao Pará, querem se emancipar de tudo que seja do estado que lhes deu abrigo. Uma grande injustiça! Pois, a grande maioria que aqui chegou, veio em busca de terra e de uma nova vida, porque em seus estados de origem nada tinham, e aqui poderiam recomeçar e até mesmo enriquecer. O que realmente aconteceu.
Mas quarenta anos depois, não se contentam somente com o poder econômico adquirido, querem também poder político. Isso pode ser visto, com os principais lideres da divisão do Pará, como o deputado federal Giovanni Queiroz, mineiro de nascença que sonha em ser o primeiro governador do Estado do Carajás, ou Asdrúbal Bentes também deputado federal que sonha em ser senador.
 Um detalhe que merece ser citado como exemplo de como isso ocorre, o município de Rio Maria, tem em sua origem um grande latifúndio improdutivo, em que seu dono resolveu lotear trazendo pessoas de outros estados para mais tarde transformá-la em município, o que realmente ocorreu, tendo este fazendeiro, tornado-se prefeito e é ele hoje um dos maiores defensores da divisão do Estado do Pará (Fonte: Wikipédia >> Rio Maria).
José Cláudio Ribeiro Silva e Maria do Espírito Santo
 

Irmã Dorothy Stang
 A VIOLÊNCIA NO SUL DO PARÁ
A região do sudeste do Pará (Marabá e cidades próximas), é foco de constantes crimes ambientais e agrários, os famosos crimes de pistolagem, onde fazendeiros matam camponeses para ficarem com suas terras, inclusive os defensores da floresta como Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy,  a missionária americana assassinada em Altamira - Foto acima com camiseta mensagem:
"A MORTE DA FLORESTA É O FIM DA NOSSA VIDA!"
Mais recentemente, em Maio deste ano, assasinaram a tiros José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, que lutavam contra extração ilegal de madeira em Nova Ipixuna, próximo à Marabá.
Se o estado do Carajás fosse criado hoje, já nasceria com o titulo de campeão de assassinatos do Brasil, com uma média de 55 assassinatos por mil habitantes, enquanto a média nacional não passa de 12 assassinatos a cada mil habitantes. ____________________ >> Continua na Parte 3 >>

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