Um país chamado Pará (Parte 1)
O estado do Pará será protagonista de um novo capitulo na história do Brasil. Pela primeira vez a geografia brasileira não dependerá de um ato do governo central. Ao invés disso, uma consulta popular (plebiscito) inédita será realizada. Os eleitores da região diretamente interessada (todo o Pará) votarão para definir seu futuro, se querem continuar como está hoje, ou ser dividido para a criação de mais dois estados: Carajás e Tapajós.
O que está em jogo é um território de 1 milhão e 200 mil quilômetros quadrados, onde vivem mais de 7,5 milhões de pessoas. A divisão do estado do Pará aparece em um momento que definirá o futuro de todos os paraenses, a possibilidade de perdermos 83% de nosso território causará trágicas perdas a todos. Uma vez que com a criação de mais dois estados dentro do nosso, restará ao que fica (o Novo Pará) apenas a sua grande população, concentrada nas regiões do baixo Tocantins; (onde nos encontramos), a grande Belém, região metropolitana, e o nordeste do estado. Uma divisão absurda, já que o Pará com apenas 17% do que é, ficará com uma densidade populacional quatro vezes maior que a população do Carajás e dezesseis vezes a do Tapajós, estados que querem surgir a partir do Pará.
Uma população aproximada de cinco milhões e meio de pessoas, que sem mais poder contar com as riquezas naturais do Pará, provavelmente perderá os benefícios que com absoluta certeza poderia ser divididos com todos os paraenses nos quatro cantos deste estado.
Nosso Estado perderá toda a riqueza que o possui, se destacando as grandes bacias minerais concentradas no sudeste do Pará, berço do movimento separatista do estado do Carajás. Onde a Companhia Vale do Rio Doce se tornou uma das maiores empresas de mineração do mundo, graças à exploração de minério de ferro, ouro, manganês, bauxita, alumina, caulim entre outros. Com a exploração desses recursos, o Pará se tornou o 5º maior produtor de energia do Brasil, o 2º maior minerador nacional (perdendo apenas para Minas Gerais), o 2º que mais divisas (dinheiro) fornecem para o país. De cada 10 dólares recolhidos pelo Banco Central, 70 centavos são provenientes do nosso estado.
Mas as riquezas do Pará não se resumem somente aos minérios, abriga imensos recursos madeireiros; é rico em recursos pesqueiros, nossos imensos rios são prova disso; os solos são profundos e com boa estrutura, e embora não sejam ao férteis quanto de novas regiões, Isto é, nosso estado se destaca tanto pela biodiversidade das matas, quanto na exploração dos recursos de nossas águas na geração de energia elétrica através das hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte, com um detalhe, caso se efetive a divisão, aumentará muito a conta de luz de nossas casa, já que pagaremos impostos sobre a produção em outro estado, no caso Carajás.
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